A mamografia é um exame feito nas mamas para prevenir e detectar problemas como o câncer de mama, por exemplo. Apesar de ser mais comum mulheres fazerem esse exame, também é importante que os homens se cuidem da mesma forma.
Com informações do Visão Oeste que conversou com a mastologista Dra. Daniele Duarte, o Roraima contra mentira separou mitos e verdades para esclarecer dúvidas sobre esse exame que deixa muitas pessoas apreensivas.
• O exame expõe o paciente à radiação nociva? Mito!
Raios-X repetidos podem ser perigosos para a saúde. No entanto, as mamografias usam um nível muito baixo de radiação, e o perigo representado por elas é muito pequeno. Embora os benefícios da mamografia geralmente superem os riscos, as mulheres devem conversar com seu médico sobre a necessidade de cada raio-X.
Ela não tem o poder de prevenir o surgimento do tumor. E ao contrário do que por vezes circula na internet, um exame de mamografia não é capaz de aumentar a chance de câncer de mama. A mamografia leva a uma exposição de 0,7 mSv (a unidade usada para medir efeitos biológicos da radiação). A quantidade de radiação que uma pessoa recebe naturalmente de outras fontes de luz (artificial, solar etc.) durante um ano é 4-5x esse valor.
“Essa mesma exposição da mamografia equivale a poucas horas sob a luz solar em um dia de verão, por exemplo. Ou ainda a duas viagens de 10 horas de avião, ida e volta”, explica a médica.
• Não é recomendado realizar a mamografia antes dos 40 anos? Verdade.
A mamografia antes dos 40 anos perde o seu intuito primordial, pois o exame não tem a precisão para detectar alterações, ou quando detecta, elas são inespecíficas. “Precisamos lembrar que, como todo exame em medicina, existe uma capacidade própria dele em detectar anormalidades, que chamamos de sensibilidade. A sensibilidade da mamografia varia de 46% a 88%, segundo estudos, um dos principais determinantes é a densidade mamária, que é sabidamente maior quanto mais jovem a mulher. Mamas mais densas são mais difíceis de se detectar alterações, e por isso a sensibilidade do exame cai”, esclarece Daniele.
Vale lembrar que aqui estamos abordando as mulheres que não tem história de câncer de mama na família e nem tem alto risco para esse tipo de tumor. No caso das mulheres com parentes de primeiro grau com essa doença, a mamografia pode ser sim indicada antes dos 40 anos.
• Os implantes cobrem o tecido mamário, então não faz sentido fazer uma mamografia? Mito!
Os médicos costumam ouvir de mulheres que acreditam erroneamente que implantes mamários e mamografias não combinam. A verdade é que ter implantes mamários não deve impedir que você faça uma mamografia.
Há uma desvantagem em ter implantes mamários quando se trata de imagens de mama. Os raios-x usados em mamografias não podem passar por implantes de silicone o suficiente para ver a área de tecido mamário coberta pelo implante. Mas esta não é uma razão para pular o exame.
Os técnicos de mamografia sabem exatamente o que fazer para obter as imagens que mostram o máximo de tecido mamário possível. Essas imagens extras são chamadas de visualizações de deslocamento do implante e capturam imagens melhores da parte frontal de cada mama.
• Não tenho nenhum sintoma de câncer de mama ou histórico familiar, então não preciso me preocupar em fazer uma mamografia anual? Mito!
“A FEBRASGO (Federação Brasileira de Ginecologia e Obstetrícia) e a SBM (Sociedade Brasileira de Mastologia) recomendam que esse exame seja realizado por todas as mulheres a partir dos 40 anos de idade, todos os anos. Caso a mulher tenha algum familiar de primeiro grau com câncer de mama, ela é considerada de alto risco, o que justifica a realização da primeira mamografia 10 anos antes da idade em que o parente descobriu o tumor (mas não antes dos 30 anos de idade)”, explica a Dra.
De acordo com a American Cancer Society, mais de 75% das mulheres que têm câncer de mama não têm histórico familiar.
• O autoexame das mamas não é tão eficaz quanto a mamografia. Verdade!
Estudos demonstram que o autoexame das mamas por si só não é suficiente para reduzir o número de mortes por câncer de mama, mas é um grande aliado para detectar irregularidades. Portanto, ele não substitui a mamografia regular e exames de mama por um profissional de saúde, que são a melhor maneira de rastrear o tumor mamário.
• Fiz uma mamografia ano passado, então não preciso de outra este ano. Mito!
Mamografia é detecção, não prevenção.“Ter o resultado de uma mamografia normal é uma ótima notícia, mas não garante que futuros exames apresentem os mesmos resultados. Fazer uma mamografia todos os anos aumenta a chance de detectar o câncer quando é pequeno e quando é mais facilmente tratado, o que também melhora a sobrevida”, esclarece a Drª Daniele.