A nutricionista de Roraima, Talita Nascimento, esclarece as principais dúvidas sobre o tema
Muito se fala sobre o Jejum Intermitente como forma de emagrecimento. Mas este tópico gera dúvidas e, também, muitas polêmicas. O Roraima contra Mentira conversou com a nutricionista de Roraima, Talita Nascimento, que esclareceu mitos e verdades sobre o tema.
“É preciso entender essa prática do Jejum Intermitente em que consiste em comer somente quando houver fome após um espaço de tempo sem ingerir alimentos. Não é uma dieta restritiva, mas uma estratégia de diminuição da frequência alimentar que pode melhorar a sensibilidade à insulina, o efeito cardioprotetor e aumentar a participação de lipídios no metabolismo”, iniciou.
Jejum intermitente é um tipo de dieta.
“Mito. Porque o Jejum Intermitente é um estilo de alimentação onde se intercala períodos de jejum com períodos de alimentação e pode ser um aliado nas estratégias de controle do peso corporal, especialmente com o objetivo de emagrecimento. Os períodos de jejum favorecem a utilização dos estoques de gordura como fonte de energia e com isso acelerar a perda de massa gorda”.
O jejum intermitente tem um intervalo de tempo específico.
“Verdade. O período de jejum pode variar de 10 a 24 horas, podendo ser feito diariamente ou somente em alguns dias da semana. A definição desses parâmetros depende da adaptação e do histórico de saúde de cada paciente. Líquidos que não possuam calorias, como água (com ou sem gás), chás e café sem açúcar podem ser consumidos a qualquer momento. Os períodos em que a alimentação é permitida são chamados de janelas de alimentação. Exatamente nesses períodos que a escolha da alimentação será fundamental para um bom resultado. Portanto, a alimentação deve manter-se saudável e equilibrada”.
Ele é perigoso para a saúde.
“Mito. O Jejum Intermitente melhora níveis de insulina, colesterol, reduz a pressão arterial, provoca melhora cognitiva, reduz risco de síndrome metabólica, de ansiedade e de compulsão porque controla os níveis de grelha e leptina. Além disso, melhora a digestão, provoca redução do consumo de açúcar, alteração de paladar, melhora de energia, foco e concentração, reparo celular, que favorece a longevidade e a eliminação de células não sadias que produzimos, além do emagrecimento. Entretanto vale reforçar a importância de se fazer uso desta estratégia com acompanhamento profissional e indicação adequados especialmente em diabéticos usando insulina ou diabéticos em uso de medicamentos orais, bem como pessoas que têm metabolismo muito rápido, com alguma doença metabólica que curse com perda de peso, crianças, adolescentes em fase de crescimento, pessoas desnutridas, gestantes ou mulheres em aleitamento materno exclusivo”.
O período de sono conta como jejum?
“Verdade. Quando se está dormindo deve ser incluído no jejum, o que facilita a adesão à estratégia de jantar um pouco mais cedo e atrasar algumas horas a primeira refeição do dia, e após este momento você terá sua alimentação normalizada. Desta maneira, não é algo tão drástico”.
A dieta do jejum intermitente dá resultado.
“Verdade. Se for utilizado como forma de estratégia sim, um estudo gigante publicado em 2017 no periódico Journal of the International Society of Sports Nutrition sugere que o Jejum Intermitente é igualmente eficaz para a perda de peso como a restrição diária de calorias (a tradicional dieta), principalmente entre aqueles com excesso de peso e obesidade. Os resultados variam, no entanto, dependendo das circunstâncias individuais e da quantidade de peso que o indivíduo deseja ou precisa perder. Isso ocorre porque o Jejum Intermitente não é uma "dieta", mas sim uma estratégia de alimentação, que demanda adaptações alimentares a longo prazo. Como o jejum é uma prática difícil, muitos desistem logo no início. Além disso, uma vez que a pessoa para de jejuar, o peso volta, gerando o conhecido efeito sanfona. Portanto, a eficácia desse método, a longo prazo, depende da capacidade da pessoa em manter esse estilo alimentar saudável e de baixas calorias no futuro”.
Durante o jejum, pode beber água.
“Verdade. Pode ser permitido beber água, café e chá (SEM adoçar). Isto porque o Jejum Intermitente não está focado no que comer, mas sim, em qual momento o fazer. Há variações inclusive na forma que se pratica o Jejum Intermitente”.
Qualquer pessoa pode fazer esse tipo de dieta.
“Mito. Se você está grávida, amamentando, é diabético ou tem uma condição que exige que fique atento aos níveis de açúcar no sangue, melhor evitar esse tipo de dieta. Um longo período de restrição poderia induzir a hipoglicemia, que é a queda dos níveis de glicose no sangue, e trazer consequências mais graves. Além disso, alguns grupos de pessoas correm maior risco de efeitos negativos associados ao jejum, que podem incluir dores de cabeça, tonturas e incapacidade de concentração. Os grupos vulneráveis normalmente incluem idosos, jovens (menores de 18 anos), aqueles que estão sob medicação, aqueles com baixo índice de massa corporal (IMC) e quem tem problemas emocionais ou psicológicos envolvendo alimentos, incluindo qualquer história de distúrbios alimentares”.