Na eleição desse ano Antônio Denarium (PP) se vangloria de ter apoio da maioria dos deputados estaduais. O mesmo ocorreu na eleição de 2020 quando Otaci Nascimento (Solidariedade) concorreu ao cargo de prefeito de Boa Vista com apoio de Jalser Renier e cerca de 20 deputados.
Mas nem esse apoio maciço garantiu a vitória ao deputado federal. Ele foi derrotado por Arthur Henrique (MDB) que teve 85% dos votos válidos no segundo turno. O detalhe é que dentre os apoios, Arthur tinha como principal cabo eleitoral Teresa Surita (MDB).
E na gestão atual, a única forma que o governador encontrou para conseguir administrar o Estado de Roraima foi se juntar aos deputados estaduais. Para isso ele precisou distribuir milhares de cargos comissionados e secretarias aos aliados. Isso explica o fato de Denarium ter o apoio de pelo menos 21 dos 24 deputados da Assembleia Legislativa.
Mas será que todo esse apoio trará a reeleição de Denarium ou teremos uma situação parecida com a de Otaci de 2020? O certo é que muita gente pede votos para seus deputados, mas não para o governador. Aqui em Roraima não existe aquela "fidelidade partidária" que muita gente acredita.
Utilizando o cenário nacional como exemplo, uma pessoa pode votar em Lula (PT) para presidente e apostar em um deputado de direita. Ou escolhe Bolsonaro (PL) para presidente e vota em um candidato a deputado que não esteja alinhado com o presidente.
Resumindo, não quer dizer que quem vota em um candidato que apoia o governador obrigatoriamente vota em Denarium. Então, ao contrário do que muitos cargos comissionados e secretários do Governo andam dizendo, a eleição está aberta e a população não está a venda.
Cautela e canja de galinha não fazem mal a ninguém.